top of page

ANS divulga amanhã o reajuste dos planos de saúde

  • há 7 minutos
  • 3 min de leitura

A aprovação do índice já consta da pauta de reunião da Diretoria


De acordo com a agenda divulgada no seu sítio eletrônico, a ANS aprovará amanhã o índice de reajuste dos planos de saúde individuais, a vigorar no ano de 2025.


Devemos esperar um percentual levemente mais módico que o do ano anterior, que foi 6,91%. Explicamos a seguir por quê.


Esse reajuste regula apenas os planos de saúde da modalidade individual, que contempla 8,6 milhões do total de 52,2 milhões de beneficiários, ou seja, atingirá 17% dos consumidores da saúde suplementar.


O cálculo envolve outros dois índices: o IVDA (Índice de Valor das Despesas Assistenciais) e o IPCA, na proporção de 80% x 20%, respectivamente.


Em 2024, a realidade era de custos assistenciais apurados (2023) no patamar de R$ 240 bilhões e sinistralidade de 87%. Já agora, com base no comportamento de 2024, temos um custo assistencial de R$ 256,8 bilhões e sinistralidade de 83,8%. O IPCA acumulado, por sua vez, teve uma variação de 4,62%, em 2023, para 4,83%, em 2024.


Esses dados indicam uma realidade atual que se equivale a do ano anterior; quer dizer, tivemos agora uma inflação praticamente igual, um custo assistencial levemente maior, mas uma sinistralidade que está em queda – inclusive, a do 1º trimestre de 2025 já veio em 79%.


Desde dezembro, o Valor e o Infomoney publicavam matérias dando conta que o Citi aposta em 6,5% para esse reajuste, a ser anunciado amanhã.


A Associação Paulista de Medicina publicou opinião da Milliman, consultoria global especializada em seguros e saúde privada, prevendo índice máximo de 6,2%.


A FENASAÚDE, por sua vez, vem admitindo que esse pode ser “o menor reajuste dos últimos 17 anos”. Se lembrarmos que em 2019 o número foi negativo (-8,19%), o de 2025 possivelmente será o menor, entre os positivos.


É importante realçar que os lucros recordes anunciados recentemente não influem diretamente no cálculo. Mas não resta dúvida de que, indiretamente, refletem um equilíbrio suficiente entre receitas e despesas, capaz de pressionar a ANS a diminuir o percentual de amanhã.


Na verdade, verdadeira, torna-se muito difícil cravar o número que virá, porque o método para calcular foi desenhado com uma complexidade tal exatamente para que apenas o regulador consiga acessá-lo.


A própria ANS tentou esclarecer, complicando mais que elucidando:


“Resultado de estudos efetuados pela Agência, discutido com o setor e a sociedade, o Índice de Reajuste dos Planos Individuais (IRPI) combina o Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA) com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), descontado o subitem Plano de Saúde.


O IVDA reflete a variação das despesas com atendimento aos beneficiários de planos de saúde, enquanto o IPCA incide sobre custos de natureza não assistenciais, como despesas administrativas. Na fórmula, o IVDA terá peso de 80% e o IPCA de 20%. A fórmula do IVDA tem três componentes: a Variação das Despesas Assistenciais (VDA), a Variação da Receita por Faixa Etária (VFE) e o Fator de Ganhos de Eficiência (FGE).


A VDA é calculada com base nos dados das demonstrações contábeis e quantidade de beneficiários enviados pelas operadoras à ANS periodicamente. As bases utilizadas no cálculo são públicas, conferindo, assim, maior transparência e previsibilidade.


A VFE deduz a parcela da variação de despesas das operadoras que já é recomposta pela variação das mensalidades por mudança de faixa etária. Já o FGE é um índice de eficiência apurado a partir da variação das despesas assistenciais, transferindo para os consumidores a eficiência média do setor e evitando um modelo de repasse automático da variação de custos.”


De fato, não é nada fácil compreender e, portanto, todas as previsões que apontamos podem não se aproximar do que virá, especialmente num cenário de tantas pressões: do Governo, para redução da inflação; da sociedade, em razão dos lucros das operadoras; e, noutro lado, das empresas de planos de saúde, com toda a força que exercem no setor.


Finalmente, lembramos que esse reajuste passou pelo crivo do Ministério da Fazenda para alinhamento.


Amanhã saberemos o resultado dessas especulações todas.

 
 
 
bottom of page