Em destaque: o balanço da Amil, o novo hospital da Atlântica D’or, a reforma dos planos de saúde e os êxitos judiciais do TEA
- elano53
- 15 de mar.
- 3 min de leitura

Esses dias, tivemos movimentação intensa no setor de saúde e assuntos importantes ganharam destaques na imprensa.
Começando com a Amil, a empresa apresentou os resultados do ano de 2024, com lucro de R$ 620 milhões. Após a transferência de controle, reverteu anos seguidos de prejuízos nas mãos dos americanos – UHG.
Alguma surpresa nisso? Nenhuma. A turma do Seripiere assumiu, limpou o pessoal, aparou despesas, cancelou um monte de contratos deficitários e mostrou a diferença de uma empresa sem dono para outra com.
Sugiro leitura da matéria na CNN.
Além da Amil, temos novidades da Atlântica D’or. Para quem não sabe, trata-se de uma parceria entre a Rede D’Or e a Atlântica Hospitais e Participações, empresa controlada pela Bradseg Participações e parte do Grupo Bradesco Seguros.
Ontem, ela assumiu a gestão do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade de Campinas. Trata-se do primeiro hospital da Atlântica D’Or no interior de São Paulo. O grupo pretende continuar a expansão, com novas unidades em Ribeirão Preto e Taubaté, que estão em fase de projeto e construção.
Sugiro ver a matéria da Veja.
No que diz respeito à regulação do setor, tivemos aparente movimentação do PL 7419 - aquele que reúne várias propostas de modificações da lei dos planos de saúde.
Duarte Junior, o relator, ponderou seu discurso consumerista e fez alguns gestos para as operadoras, digerindo melhor a reivindicação do prontuário integrado do paciente (SUS e saúde suplementar), bem como novas alternativas para aquisição de insumos diretamente à indústria de medicamentos.
Ele promete que o assunto vai voltar a andar esse ano. Veja no Jota.
E, finalmente, vamos comentar o mais polêmico dos assuntos que circula na imprensa, referente aos processos dos autistas contra os planos de saúde.
Segundo a Folha, os pacientes TEA ganham 9 em cada 10 processos ajuizados contra as operadoras. Hoje, o autismo é a condição de saúde que mais motiva litígios contra planos de saúde entre o público infantojuvenil, respondendo por 51% das demandas, segundo o Insper. No SUS, essa condição abarca 10,4% dos casos.
Todavia, o que nenhuma das publicações explica é a complexidade e a quantidade de fraudes que existe hoje nesse tema.
Para encarar isso, primeiramente pondero que os planos de saúde realmente não estão ainda preparados para a enxurrada de terapias que passaram a compor o tratamento dos pacientes TEA. As empresas resistiram por um tempo, ainda não engoliram bem alguns métodos utilizados e, agora que resolveram aderir, já existe muito ruído.
Como pano de fundo, também precisamos lembrar que muitas das ações propostas pretendem obrigar o plano de saúde a pagar tratamento fora da sua rede, com profissionais não credenciados, que a família às vezes prefere. E são muitas as ações assim.
Inclusive, os juízes já perceberam isso, entendem que o plano de saúde não é obrigado a credenciar todo e qualquer profissional, e há uma tendência de que as liminares obriguem o tratamento na rede oferecida ao cliente, conforme laudo médico. E aí, só na hipótese da rede não se mostrar suficiente ou adequada, é que a operadora deverá pagar outros serviços.
O tratamento de TEA é algo muito complexo. São várias terapias, envolvendo psiquiatra, pediatra, psicólogo, fono, psicomotricista, fisio etc. Essas consultas e sessões precisam ser encaixadas de acordo com a agenda dos consultórios, mas também com a disponibilidade da criança, porque ela precisa frequentar o colégio e tem outras atividades também. Tudo ainda tem que estar de acordo com as possibilidades dos pais, que conduzem os filhos até o local dos tratamentos.
Se pensarmos nessa equação toda, fica mais fácil para começar a entender o porque de tantos processos. Obviamente não tem como não dar ruído.
Além de tudo, temos muitos oportunistas se valendo dos pacientes TEA para fazer fortuna. Infelizmente.
Então, após absorver essas ponderações, recomendo a leitura da Folha de SP.
Sou Elano Figueiredo e volto amanhã, com mais conteúdo.
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