Dados gerais da ANS mostram que a cada R$ 100 recebidos com mensalidades, mais de R$ 88 são destinados ao pagamento de exames e consultas
Executivos do mercado de saúde suplementar têm levantado o alerta para o risco de aumento na sinistralidade que vem registrando níveis elevados desde o ano passado, com a pressão dos procedimentos eletivos postergados pela pandemia, dengue, gripe e inflação médica.
Há casos de grandes operadoras com taxas de sinistralidade acima dos 90%. O indicador mostra a relação entre o valor pago pelos usuários com as mensalidades e o custo dos procedimentos.
Até o terceiro trimestre do ano passado, o setor registrava sinistralidade geral de 88%, segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Isso significa que a cada R$ 100 recebidos pelas operadoras, R$ 88 foram destinados ao pagamento de exames, consultas, internações, medicamentos e cirurgias. Os dados de 2022 fechado serão divulgados neste mês.
Operadoras como a Unimed-Rio, que atende 728 mil clientes, apresenta sinistralidade de 109%, uma das maiores do segmento, segundo a ANS. A Prevent Senior, que foca o mercado da terceira idade, contabiliza 539 mil clientes e uma taxa de 106%, seguida pela Amil, com sinistralidade em 101% e uma base de 2,6 milhões de contratantes.
A Bradesco Saúde tem quase 3,5 milhões de clientes e sinistralidade atual de 95%. Já a taxa da Unimed Central Nacional, que conta com 1,9 milhão de clientes, está em 94%.
SulAmérica tem 88%, Notre Dame, 85% e Hapvida, 77%, de acordo com os balanços da ANS.
Segundo a FenaSaúde (federação que representa as operadoras), também influenciam no crescimento da sinistralidade fatores como "a obrigatoriedade da oferta de tratamentos cada vez mais caros, com doses a cifras milionárias, a ocorrência de fraudes e a judicialização da saúde".
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