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Alô ANS, tem alguém aí?

  • 12 de fev.
  • 2 min de leitura

A Agência Federal que regula os planos de saúde ganhou destaque ao construir uma ferramenta de mediação, entre o consumidor e o plano de saúde, com elevado grau de efetividade. Ela foi denominada de NIP - Notificação de Intermediação Preliminar.


Segundo dados divulgados pela própria ANS, a NIP atinge mais de 90% de resolução dos conflitos submetidos ao órgão. Não à toa conquistou a credibilidade da sociedade, que cada vez mais recorre a ela.


Acontece, no entanto, que desde 01/12/24 a central de atendimento de reclamações da Agência está contingenciada. Isso mesmo. Dado o corte orçamentário promovido pelo Governo Federal, não existem braços (no caso ouvidos) suficientes para socorrer o beneficiário de planos de saúde.


Para conferir a informação que me chegou, não precisei ir muito longe. Liguei no 0800-701-9656 e já consta lá a gravação dizendo que as restrições orçamentárias provocaram a redução do horário de atendimento e um maior tempo de espera. Em alto e bom tom, para quem quiser escutar.


Sofrendo com isso, lá do Recife me aciona a querida repórter Juliana Albuquerque:


Estou há mais de uma semana tentando registrar uma reclamação porque fiz o pedido de cancelamento do meu plano e a operadora, a Blue, simplesmente ignorou e mesmo tendo feito antes do prazo estabelecido para que fosse gerado outro boleto, com 15 dias do vencimento, ontem chegou o boleto de fevereiro para eu pagar. Como a operadora não tem nenhum atendente que passe qualquer informação sobre cancelamento, o que só consegui fazer via portal da empresa (meu é empresarial), no dia 29 de janeiro, tenho que recorrer à ANS para abrir um chamado para resolver esse problema e suspender esse débito que não existe referente a fevereiro. Enfim, estamos entregues àprópria sorte, quando além de contar com operadoras de saúde que abusam do consumidor, a agência responsável por regular o setor e que deveria nos proteger, nos ignora?


Pois bem. Sei que não podemos imputar a culpa toda à ANS, mas os dirigentes precisam dar uma solução pelo menos ao atendimento do consumidor que deseja reclamar. Passaram anos construindo a ferramenta de fiscalização, ensinando o cidadão a usar, provando que ela funciona. Aí, agora, não tem mais verba para atender o povo?


Quanto a tal Blue Saúde, verifiquei que se trata de mais uma jovem empresa que se aventura na saúde suplementar. Operando desde o final de 2022, ela saiu de 40 mil clientes para 85 mil, apenas no ano de 2024.


Lá, o Pernambucano deve se preocupar com operadoras tão novas, CNPJ limpinho chegando. Lembro de 2013, quando Real, Meridional e, depois, a Viva giraram praticamente uma mesma carteira. Ao final, deixaram os beneficiários na mão, tendo que a ANS declarar a portabilidade especial.


Mas hoje, se a Agência não tem gente nem pra atender o telefone, como vamos resolver isso?


Ministra, ajuda aí a Agência e mais essas 53 milhões de pessoas que precisam pagar para ter saúde, já que o SUS não dá conta.

 
 
 

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